Foto: Beto Albert (Arquivo/Diário)
Décadas atrás, a briga era para conseguir comprar uma linha caríssima de telefone fixo, que muitas vezes levava anos para a antiga CRT conseguir instalar, justamente por falta de estrutura das centrais e dos cabos. Em 1990, o Brasil tinha 9,4 milhões de linhas fixas. Depois, veio o boom de crescimento, com o avanço da tecnologia e as privatizações, que aceleraram investimentos. O total de telefones fixos subiu para 20 milhões no país em 1998 e atingiu o auge de 44,1 milhões em 2014. Porém, nos últimos anos, com a popularização dos celulares, a telefonia fixa começou a definhar. Para piorar, a enxurrada de ligações de call centers, golpes e pedidos insistentes de doações acelerou o processo de queda do uso dos telefones fixos, pois muita gente passou a deixar de usar os aparelhos antigos porque só recebia chamadas inconvenientes.
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De 2014 para 2024, a redução foi de 50%. Mesmo com essa queda expressiva, segundo dados da Anatel, ainda havia 22,2 milhões de linhas fixas em operação em abril de 2024 aqui no Brasil – o número se manteve o mesmo agora em abril de 2025.
Com o avanço da tecnologia, que faz hoje muitos telefones fixos serem operados por centrais digitais, por meio de fibra ótica, chegou ao ponto de operadoras de telefonia como Oi, que entrou em crise, venderem toda a sua rede de cabos metálicos. Este ano, em Santa Maria, equipes passavam pelas redes subterrâneas de ruas como Venâncio Aires e Avenida Presidente Vargas para remover toneladas de cabos de cobre dos antigos pares metálicos de telefone fixo. Tudo está sendo reciclado, com a venda do metal. Isso deixou algumas empresas da cidade temporariamente sem telefone fixo, até a migração para as linhas fixas digitais.
Hoje, no país, 53% dos telefones fixos operam por meio de fibra ótica, 28% por cabo metálico, 15% por cabo coaxial e 3% por rádio. Nos últimos tempos, o mar de ligações de golpes e ofertas recebidas no celular fez com que muita gente simplesmente não atenda mais chamadas de números desconhecidos nos celulares. O problema é que ligações importantes também deixam de ser atendidas pelas pessoas. A que ponto chegamos!
Santa Maria
No município, ainda há 59 mil linhas de telefonia fixa. A coluna não conseguiu dados anteriores, mas segundo a Anatel, em abril de 2025 Santa Maria ainda tinha 59.646 linhas de telefonia fixa em operação, sendo 39.497 de pessoas físicas e 20.149 linhas de empresas. Resta saber se todo mundo que tem essas linhas ainda está mesmo utilizando – ou parte só tem o número porque havia contratado um combo que inclui TV, internet e telefonia.